sábado, 21 de fevereiro de 2015

Breve síntese da 1ª Tertúlia

A 1ª Tertúlia, com o Professor António Sampaio da Nóvoa, que se realizou em Aveiro no passado dia 12 de fevereiro de 2015 teve grande adesão, tendo tido a participação de 60 pessoas inscritas (estava previsto um máximo de 50 inscrições). Globalmente foi seguido o programa proposto (ver 1º post abaixo). 
A seguir apresentam-se as ideias centrais proferidas na sua intervenção inicial. A gravação integral da mesma está disponível no final e deve ser ouvida para que os excertos abaixo sejam contextualizados.

“A minha abordagem é a seguinte: Podemos dizer que houve em Portugal um consenso em torno da educação. Um consenso que, num certo sentido, se começa a construir nos anos 60. Que se consolida a seguir ao 25 de abril. Um consenso que há um deficit de cultura geral, de conhecimento no país e que temos que nos mobilizar coletivamente para ultrapassar essas dificuldades. O elemento que traduz este consenso, embora não goste da expressão, é a “Paixão pela Educação”.
Esse consenso começa a desgastar-se ou a corromper um pouco no final da década de 90. Parece que o país se cansou ao fim de 30 anos. Onde eu sinto esse desgaste? Vieram-me à mente 3 palavras começadas por D. 
A primeira é DESENVOLVIMENTO. Muitos começam a dizer que a educação não trouxe necessariamente desenvolvimento. Que a educação só por si não é desenvolvimento. Mas estas pessoas nunca dizem algo que é importante dizer: Que a Educação é condição suficiente do desenvolvimento mas é condição necessária.
A segunda palavra é o início do discurso catastrófica do DESASTRE da educação. Afirma-se que a Educação é a desilusão do 25 de abril. 
A terceira prende-se com este que é que estamos a gastar DEMAIS com a educação. Que a escola não está a cumprir com a sua função. 
Escrevi contra isto no livro de História da Educação com o título: “Evidentemente”. Na educação tudo o que é evidente...mente. 
Entretanto recupera-se o discurso do mérito, da qualidade, dos exames! Que nenhum de nós rejeita, mas que isoladamente desvaloriza uma cultura geral do conjunto da população. Este erro está nas políticas da ciência dos últimos 2 anos, que se traduz no discurso da excelência de alguns sem cuidar da cultura de todos num projeto de inclusão.
Estas são políticas extremistas. Por isso Portugal, no início desta crise, foi o país que mais cortou no orçamento da Educação e foi muito além do acordado com a Troika.
Estamos num momento que precisamos de reencontrar um caminho de consensos. Hoje devíamos estar sobretudo a pensar nas enormes mudanças que temos para o futuro."

O Professor António Nóvoa, apresenta e descreve, na parte final da sua 1ª intervenção, depois uma dessas mudanças – a 3ª revolução que está a ocorrer atualmente com as Tecnologias de Informação e Comunicação. Estas foram também discutidas com as intervenções dos presentes e outras da atualidade como, por exemplo, a descentralização da educação.


Sem comentários:

Enviar um comentário